quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Noite de estreia com Julieta

Estava marcada a primeira noite
eu oscilava no meu portão
com meu coração
denunciando algum estertor
bebia a suave brisa nocturna
esperando de olhos vivos
o meu amor

mas Julieta nao se revelava
minha paciencia se despia
a cada lapso de tempo
que ardia
e eu só via
na ansiedade da imaginacao
a minha Julieta

as interogações ganhavam vida
e saracoteiavam
fazendo em minha mente
um rebuliço de suposições
nao mais ela vira?
me enganara a Julieta?
se afoga seu arbítrio?

e quando meu coração
ja se inundava de lacrimejos
buscando na memória
nossos últimos beijos
de repente
inalei um doce perfume
e me veio o alívio

era minha Jú
numa primavérica indumentária
que suscitava tabú
atiçava inveja até as Orquideas
as Camélias do meu quintal
que se exuberavam
a cada rasgar do sol

com seus trajes a tropical
levei Julieta ao quarto
aconchegados no meu leito
penetrava-lhe
com meu retraido olhar
as palavras eram refens
da minha nua timidez


que me fazia sem jeito
mas Julieta
tambem nao liberava qualquer silaba
porem dizia me quase tudo
desfilando suas maos
em meu peito
e fazendo-se nua

Julieta sussurava-me
num tom apaixonado
sou toda sua
meu amor
meu amado
faça-me sentir mulher.

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